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Promontório


Sou como pedra imensa a estorricar
Ao sol da tentação da beira-amar
Inerte à ostentação das vastas águas
Imóvel, contentor de ânsias e máguas

Tu és imensidão ao meu olhar
És amplidão de águas, és o mar
Quando atrevida e meiga tu te inclinas
Envolvendo-me em marolas peregrinas

És mar revolto, e sedenta entornas
As vagas da volúpia e da ternura
Aos pés de um ressequido território

Tu vens, como o oceano, em ondas mornas
Osculando o vigor da rocha dura,
Lambendo com malícia o promontório.
Oldney Lopes


Rochedos da "ilha" do Baleal, zona oeste.
- Portugal, Dezembro 2016 -
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Pedro Ferreira